quarta-feira, 21 de março de 2012

Do clássico dito menor

(escolho de novo a imagem do artigo do nosso BP, porque ela é perfeita)

Um clássico é um clássico, já se sabe e já se sabia. Ontem na Luz, houve mais um bom jogo entre Benfica e Porto, aliás, nestes últimos anos, com o exercício de nos distanciarmos um pouco das clubites, os jogos entre estas duas equipas têm sido bons de se ver a nível de futebol, mesmo os mais desequilibrados. Isso era algo que há 4 épocas ou mais não acontecia, com jogos muito feios e fechados.
Ontem a história resume-se à regra da reacção. O Porto reagiu bem à desvantagem madrugadora e o Benfica reagiu bem ao 2-1. Na segunda parte o jogo dividiu-se e acabou o Benfica por marcar porque tinha um pouco mais de frescura e soluções a saltarem do banco.
Do banco do Porto duas substituições estragaram um jogo positivo. A primeira das quais foi ul erro de palmatória: Janko por Kléber. Fazer entrar o austríaco foi matar a equipa ofensivamente. Kléber, com todos os seus defeitos, é um jogador que não pára, que se atira para cima dos adversários e os cansa. Janko é um poste que só rende se a equipa estiver em ataque continuado e com espaço nas alas para cruzamentos. VP, desta vez, falhou redondamente. Como se não bastasse, atirou com Iturbe para os últimos minutos de um jogo na Luz onde o Porto perdia. Eu, que jogo futebol (amador é certo) senti aquilo quase como um insulto. Claro que é profissional, que tem de jogar e dar o melhor, mas um puto de 19 anos, que apenas jogou uns minutos frente ao Pêro Pinheiro e noutro joguito menor, que se vê afastado de todas as opções desde então, é atirado para o meio da Luz numa altura de desvantagem com 10 minutos para se jogar é de bradar aos céus. A nível de motivação, não sei o que se pode esperar do rapaz, parece-me é que com VP, Iturbe jamais sentirá confiança em jogar.
Duas últimas notas sobre o jogo: entre o 1-2 e o 2-2, o Benfica e JJ punham as mãos à cabeça com três bolas na barra, mas esquecem-se que antes disso o Porto entra pela área benfiquista 4 vezes com situações igualmente perigosas, poderia de acto ter caído para qualquer dos lados. Nota sobre Cardozo. Os benfiquistas não gostam, para mim só Falcao foi superior ao paraguaio no nosso futebol ultimamente, coloco-o ao nível de Lisandro e Liedson (já sei que vai dar direito a indignações, mas os números não mentem e o homem é um belo jogador de futebol, por muito que me custe vê-lo a marcar golos pelo "inimigo").
E pronto, após uma época de glória, o Porto vê-se em Março apenas com a Liga para disputar. Está na melhor das posições para o fazer, mas sabemos que é uma posição frágil e que ao menor deslize a queda será enorme.
Cerrar os dentes e ser pragmáticos de novo, como o fomos a partir da eliminação da Champions e que angariámos muitos pontos na liga. No fim cá estaremos para as análises definitivas de uma época estranha.

3 comentários:

  1. só para reafirmar que o Mangala tem "apenas" vinte e um anos e com uma enorme margem de progressão. tal como o Kléber - apesar da (aparente) nulidade que evidencia nos últimos jogos em que entrou.

    o que gostava de (pres)sentir era o (ainda) nosso treinador ser capaz de motivar e de rentabilizar a matéria-prima que tem em mãos. e um jogo como o de ontem tinha todos os condimentos para tal.
    mais um exemplo: que motivação terá o Iturbe para o que resta da presente temporada?

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
    Miguel | Tomo II

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  2. permitam-me outra nota:
    esta está a ser a antítese da época transacta.
    preciso de recuar aos tempos do Ivic e do Carlos Alberto Silva para sentir tanta "estranheza" da nossa massa adepta - e minha, também - para com a equipa do nosso coração...
    mesmo assim, ainda «acardito»

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
    Miguel | Tomo II

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  3. Duas notitas: 1. não temos soluções de banco. O plantel é (ou tornou-se) curto: temos 4 médios (sendo que o Fernando está lesionado e o Lucho, ainda que compense com o sentido posicional, está claramente em défice físico) e continuamos sem avançado (concordo inteiramente com a apreciação sobre o Janko). Tanta falta que fizeram ontem o Belluschi, o Guarin....o Ukra, o Helder Barbosa, o Castro, qualquer um que seja opção! Eles têm muito mais opções, o que significa que tiveram critério na escolha do plantel e que a equipa tem rotinas de jogo com vários jogadores. 2. somos uma equipa bipolar: oscilamos entre a reacção que tivémos ao golo e os erros infantis no 0-1, as desconcentrações de quem parece que está a jogar na praia e/ou com a cabeça noutro lado...

    Gostava muito que a equipa que reagiu ao golo e, com simplicidade de processos, imaginação e motivação, fosse a que vai disputar os 7 jogos que faltam. Mas estou absolutamente connvencido de que será a outra que vai afunda o resto da época. Quero estar enganado.

    PS - concordo com a tua análise ao Cardozo. Se bem que sofrer um golo em velocidade de um jogador como ele fica no livro negro de qqr central que se preze.

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