Cimbalinos revisitados - "A Neura"

Esta rubrica que inaugurei há dias, é propriedade pública, convido qualquer freguês do Café a usar e abusar da dita.

Hoje vou escrever sobre o Porto-Shalke, por que nem todas as recordações são boas nisto de sermos adeptos.

Estava em Louvaina na altura, trabalhando para o Instituto Cultural Irlandês, e como em todas as jornadas da Champions, fui com colegas amantes de Guiness e futebol até ao Pub ver os jogos da noite. Eram os oitavos de final e, como tal, muitos jogos desenrolavam-se à mesma hora. No entanto, como adepto portista já respeitado entre os irlandeses, uma das 4 televisões ficou reservada ao nosso Porto.

Pode dizer-se que foi "daqueles" jogos. O Porto jogou muito e bem mas pela frente estava um tal de Neuer. desde a final de Sevilha que não sofria tanto num jogo. Dois cabo-verdianos que estavam no bar viam o meu sofrimento a cada defesa e pagaram-me umas "pints" para relaxar. O sofrimento foi imenso. Neuer fez grandes defesas e juntou a elas alguns milagres, e apenas um lance de génio de Lisandro perto do fim levou o jogo para prolongamento. Mas o alemão conseguiu segurar tudo, até Quaresma isolado foi incapaz de qualificar o Porto. Nos penáltis de novo Neuer, cuja defesa ao remate de Lisandro é, para mim, das melhores defesas de uma grande penalidade que já vi. Fomos eliminados, mas os meus amigos irlandeses ampararam-me e os cabo-verdianos disseram que em 10 jogos iguais o porto venceria 9. Pena foi que o que contou foi aquele.

ainda hoje, Tarik deve estar a pensar como não marcou um golo. Foi grande a neura, muito grande.