O FCP, com um líder a todos os níveis excelente, fez uma
época extraordinária. Poderia ter vencido, sem dúvida. Mas chegar a este 5º
jogo, ter a partida ao alcance é muito bom. Numa época com alguns atrasos nos
pagamentos de salários, com uma brutal redução de orçamento que resulta, como
aqui já foi dito na utilização de um americano e meio (o enorme Stempin e meio
Jackson), uma equipa de portugueses valentes (Miguel Miranda!) e miúdos que
Moncho Lopez insistia em fazer crescer, não podíamos pedir mais. Foi um bom ano,
num basquetebol português infelizmente reduzido a dois, depois da implosão da
Ovarense.
Para quem, como eu, adora o desporto e este desporto em
particular, estes últimos dois dias representaram um valente soco no estômago. Porque
foi “futebolizado”.
Explico-me.
Durante muitos anos o basquetebol foi “O” meu desporto. Não
tendo o talento nem as capacidades físicas de outros, consegui que alguns treinadores
me fizessem jogar uns anos enquanto federado no Académico do Porto e esses
foram anos que marcaram de forma indelével.
Posteriormente, em meados dos anos
2000 e já na minha vida profissional, estive ligado durante alguns anos à
Ovarense SAD, tendo sido Administrador para a área do Marketing um pouco mais
de dois anos, tendo, apesar de nada de emocional me ligar à priori àquele
clube, o orgulho de ser bicampeão nacional.
Foram anos que me deram a conhecer por dentro um pouco mais
deste desporto magnífico: dirigentes, treinadores, jogadores… tive o prazer de
conhecer muita gente boa. Nunca esquecerei algumas viagens muito interessantes a
acompanhar a equipa, mas sobretudo os nossos “treinos” com o Prof. Luís Magalhães,
então treinador da Ovarense, que abdicava da sua hora de almoço duas vezes por
semana, para se juntar a um bando de amadores para umas “peladinhas” no
pavilhão. Puro divertimento!
Uma dessas 3ªs feiras, a propósito das confusões que sempre
reinaram no futebol, o Prof. LM dizia que o basquete era diferente, feito, jogado
e gerido por gente diferente e nunca deveríamos permitir a “futebolização” do
nosso desporto.
Nestes dias o basquetebol, mais do que futebolizado, foi “BENFIQUIZADO”
com tudo de mau que esse clube arrasta atrás de si: um presidente derrotado em
toda a linha, desesperado por qualquer oportundade de auto-afirmação, um clube velho e gordo esvaziado de vitórias nos últimos
anos, uma massa adepta que tem vindo nos últimos anos a acumular enormes frustrações
e anseia pela mais pequena válvula de escape, um treinador (trabalho) que encarna
o benfiquista primário e não está nos calcanhares do que foi enquanto jogador (inato)
e, por fim, uma imprensa miserável, subserviente e disposta aos lip services costumeiros.
Este foi o caldo de cultura para estes tristes
acontecimentos.
Que o treinador desse clube para além de incompetente seja parvo e mal-educado, tenho
pena mas é pacífico e aceitável. Não estamos livres que nos aconteça… O que o
presidente desse clube fez e disse é criminoso. A mim deixou-me um duplo sentimento
de revolta: pela agressão gratuita ao meu clube e ao meu desporto.
Eu no lugar do PdC: tribunal já e em força.
E sobretudo, eu no lugar do Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol idem, por evidentes perdas e danos sofridas, eventualmente até ferindo de morte um desporto
já tão combalido.
Em termos técnicos a isto chama-se uma BENFIQUIZAÇÃO.
E é nojento. ADENDA: para o dia 09-06 está agendado um slb - Porto em hóquei, na Luz. Diz quem sabe que provavelmente vai decidir o título. Bonito...
apoiado!
ResponderEliminar(e com muita mágoa, por sentir o mesmo, relativamente a um desporto completo, que não merecia estes últimos três dias...)
abr@ço
Miguel | Tomo II
Tristeza o que aquele verme veio fazer ao Dragão Caixa...o D Pedro IV que esteve bem dentro da modalidade poderá confirmar a consideração que as restantes pessoas ligadas ao basquet têm pelo lisboa enquanto pessoa...
ResponderEliminarBoa Tarde meus caros, realmente esta situação dos basquetebol, acho veio bater no fundo, já não digo com o futebol, mas com o desporto em portugal. O presidente do Benfica, andou calado o ano e inteiro e à primeira vitória, "aqui vai disto". Isto mostra bem o tipo de pessoas que os portugueses se estão a tornar, mesquinhos, pequenos, invejosos, deixar cá mandar a bicada, deixa cá agora que ganhamos, insultar e mostrar que conosco não se brinca....Isto meus caros, é Portugal. Vejam só que ninguem se lembra do Basquetebol, pois agora, na imprensa, nas redes sociais, é ver os benfiquistas indignadissimos. Só não se indignaram, aquando do caso Very Light, no Jamor, em que até receberam a taça, no caso do Filipe Santos em Coma no pavilhão da luz, no caso do autocarro de adeptos estacionado na luz, que foi incendiado, quando entraram com paus e pedras na academia do Sporting num jogo de juniores, só aí é que eles não se indignaram. Mas é como lhes custumo dizer, eles não tem telhados de vidro, eles tem é os telhados todos partidos, e precisam de ter cuidado ao andar porque podem pisar vidros. Isto são tudo problemas de frustração. Quando se fala por exemplo no jogo do campeonato Benfica - FCPorto na luz, vêm sempre com a historia do fora de jogo, quando o FCP teve dois penaltys de qual se pode queixar, mas no entanto eles quase que nem reconhecem isso, porque simplesmente não lêem, uma vez que a imprensa faz questão de só falar no fora de jogo. Neste caso, por exemplo mais uma vez não se está a ser sério, porque a haver violência, foi por parte dos adeptos, da massa humana, que é dificil controlar, e a policia esta lá para isso, ainda pra mais num jogo destes, o clube aqui não tem culpa absolutamente nenhuma. Ao contrário, o ano passado na questão da rega e da luz, aí sim, não foram os adeptos, mas sim a instituição que decidiu ligar a rega e desligar a luz. Creio que isto muitas vezes é confundido. Dou outro exemplo semelhante, no caso daquele senhor vestido de diabo com uma barba ridicula que entrou em campo para apertar o gargalo ao fisca de linha, ora ai como é obvio o benfica nada tem a ver com isso, foi o adepto o responsável, embora ache que deveria ter havido suspensão do estádio, mas em Portugal nada acontece. Perante isto, as conversas são todas misturadas como se de alhos e bugalhos se tratasse, e em qualquer conversa que se tenha, dá a ideia que estamos numa conversa de surdos, em que ninguém se entende, e só preocupa é se o nosso clube tem razão. Triste Portugal este.
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