a imagem de sempre para o desejo de sempre
Ainda não foi desta que consegui ver um jogo do Porto inteiro e com atenção. Devido ao aniversário da minha senhora, a prioridade teve de ir mais para ela e para os convidados do que a distante televisão do restaurante. No entanto, para a semana, temos jogo a valer e aí nem que o Papa faça anos, não haverá aniversário que me tire de um sofá com a televisão a 2,5 metros.
Pelo que li, as opiniões são as esperadas. O Porto tem um bom plantel, gerido por um treinador com pouco crédito e indefinições que se vão arrastar até ao último dia do defeso, prolongando-se provavelmente até ao fecho da segunda abertura do mercado em Dezembro.
Como adeptos é evidente que devemos estar atentos e dirigir as críticas no tom e na direcção certas. O desabafo que cada um de nós pode ter a cada lance ou final de jogo, não tem de ter limites, pois apoiar um clube é sobretudo paixão. Mas deixando esfriar um pouco a emoção convém que o portista faça o que tem feito desde sempre, apoiar a equipa, desejar que ela ganhe sempre e, como acontece quase sempre, apreciar os resultados que são o que mais importa.
No sábado há uma supertaça a disputar, e aos soluços ou já com uma grande exibição, o que contará é que que o caneco venha para a Cidade Invicta.
Será, em princípio, mais aos soluços que fruto de uma grande exibição, mas com isso temos de contar por razões óbvias. Primeiro estamos no início da época, segundo VP é o treinador (independentemente de tudo, não é treinador de futebol entusiasmante) e terceiro vamos jogar mancos. Isto do "jogar mancos" prende-se desde logo com Mangala a defesa esquerdo. Não há equipa que consiga ser dinâmica com um central a lateral, por muito que possa cumprir. Depois há o futebol em si, já aqui dissecado muitas vezes, o Porto assenta todo o jogo na posse e na construção por cima da construção. Se por um lado dá uma certa solidez defensiva, torna o ataque um exercício penoso e esgotante. Jackson é melhor que Kléber, mau era se não fosse, mas eu repito, vai sentir muitas dificuldades porque o futebol que vem de trás é o mesmo. Vai ser obrigado a segurar muita bola, a tabelar longe da baliza e, ao mesmo tempo, tem de ter pernas para aparecer em frente à baliza suficientemente fresco para marcar. Vamos lá ver.
Reconforta-me ver um jogador como Atsu no plantel. O moço é um vendaval, mas não deixa de ser novinho e com um futebol baseado na velocidade, perderá muitos lances, sofrerá muitas faltas e frente a um defesa direito experiente terá ainda dificuldades (mas esse mesmo defesa direito sairá do campo de rastos).
O meio-campo vai depender da concentração de Fernando (elogiado por muitos estas semanas, merecidamente) e da dinâmica de Lucho. De João Moutinho espera-se João Moutinho, nem mais.
É interessante que a pressão esteja a cair toda no treinador, isso deixa os jogadores mais tranquilos por um lado. Para VP ser querido entre nós, seria necessário uma revolução no futebol da equipa, mas eu não peço tanto. Peço que ganhe títulos, não para ser querido mas para pelo menos poder dizer no fim que é competente.
Muitos do universo azul e branco não estão muito crentes, talvez pelo que observam da equipa, mas também por vermos que o rival principal será igual aos últimos dois anos: uma equipa chata e com uma genica que impressiona (para além do habitual "apoio" "nacional", nós sabemos o que isso significa). No entanto, parece-me que estão a enveredar pelo mesmo caminho do ano anterior, o esgotamento das suas forças rapidamente. Ao Porto bastará jogar um pouco mais depressa e soltar a equipa, porque talento há muito.
ps - com a saída de Bellushi, procuro urgentemente uma nova paixão arrebatadora no plantel. Dou até à 5a jornada para encontrá-la.
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