Duas considerações de prólogo:
- Lucho. No dia em que faleceu o pai, o capitão fez um golo e uma exibição de carácter, jogando com e pela equipa. E fê-lo sem recorrer a rasgo de raiva, jogou de sorriso nos lábios e com alegria. Só um homem em paz consigo mesmo e com o mundo poderia tê-lo feito.
- Equipamento do Porto: gostei, uma boa surpresa.
O Porto começou com uma vitória a campanha na Champions. Convém lembrar que no ano passado fez o mesmo e depois aconteceu o que aconteceu.
O jogo de ontem colocou ao Porto os mesmos obstáculos que a maior parte dos jogos da Liga vai colocar à equipa. O adversário era mais fraco, assumiu uma postura defensiva densa, na primeira parte explorou muito timidamente o contra-ataque, na segunda metade, estando já a perder, arriscou um bocadinho mais e acabou aos trambolhões por criar duas situações em que podia ter feito o empate, embora também se tenha de dizer que o Porto esteve mais tempo perto do 0-2 do que do 1-1.
Por partes:
- O Porto sem Fernando, logo com Defour, Moutinho e Lucho de início, é uma equipa que eu até aprecio neste tipo de jogos. Isto porque o trio sem o brasileiro tem maior e melhor qualidade de passe e a pressão na recuperação de bola é mais subida, o que permite ao Porto, e permitiu ontem, um massacre na posse de bola na primeira parte. O Porto tentou acelerar o jogo, explorar as faixas, tabelar pelo meio, só não tentou rematar muitas vezes. E depois, acontece aquilo que eu digo desde o ano passado, o sistema obriga o ponta-de-lança a um esforço fora do normal, impedindo-o de estar na área em condições de finalizar. Jackson valeu perto de 9 milhões de euros, tem pormenores que não enganam, mas ainda não conseguiu mostrar na sua plenitude os atributos que lhe dão fama: o jogo de área. e acho que isto acontece porque ele ou por lá anda e a bola não chega ou esgota-se nas tabelas e recepções fora dela. Mas bom, nota-se que luta e que também sabe falhar golos de baliza aberta, se fosse o Kléber ( e foi mal tocou na bola pela primeira vez) era massacrado.
Mas regressando à questão Fenando, como disse, gosto do trio sem o brasileiro neste tipo de jogos e nos inícios, mas na segunda parte a conversa foi outra. Aí notou-se a falta do Polvo. É que enquanto há pernas frescas e/ou o adversário joga mais atrás, o trio Defour-Moutinho-Lucho consegue fazer a tal pressão subida, quando as pilhas começam a falhar ou o adversário sob as linhas, nenhum deles tem a capacidade de recupeção ou de posicionamento do brasileiro. Isso notou-se, num jogo perante um adversário sem grandes argumentos, o Porto perdeu fluidez de jogo na segunda parte sem razão aparente.
É certo que conseguiu sempre ser a melhor equipa mas não há dúvidas que o Porto de VP não é (ainda) uma equipa letal, que consiga desfazer as dúvidas do resultado rapidamente, e isso pode vir a fazer falta, porque sente-se sempre, mesmo quando o Porto até joga bem, que o esforço é tremendo e o desgaste grande.
- O primeiro jogo sem Hulk també revela que o Porto passa a ter um jogo mais variado. A bola circula melhor, o jogo respira mais. Mas por outro lado perde em objectividade e em explosão. Varela parece estar melhor mas ainda não consegue ganhar aqueles cruzamentos que o Falcao tanto aproveitou; James, sempre talentoso, ainda não tem regularidade nem "peso" sufciente para ser um desiquilibrador por si só, aliás, é muito mais um jogador de colectivo do que um individualista explosivo; Atsu é verdinho embora demonstre pormenores interessantes. No fundo, acho que o Porto terá de procurar mais o jogo do ponto-de-lança para colmatar a saída de Hulk, a fluidez que advém da saída do incrível tem de se traduzir num serviço melhor ao avançado que relembro uma vez mais, custou quase 9 milhões de euros.
- Na defesa de realçar a titularidade de Miguel Lopes. Sim, Danillo andou lesionado na semana anterior, mas o português é homem de luta, daquele lado estamos bem servidos. Alec Sandro cresce a olhos vistos, engana muito aquele ar molengão, é raro vê-lo perder uma bola em zonas perigosas. Foi apanhado duas vezes por dois passes que rasgaram entre ele e o central mas houve mérito do adversário, de resto nos duelos é muito mais forte fisicamente do que parece e foi ele que desbloqueou o jogo com a subida antes do primeiro golo. Os centrais estão bem, é complicado ser-se espectador durante 90% do jogo e estar sempre atento e ao melhor nível nos outros 10%, mas essa é a vida de um central do Porto. Hélton, impecável.
Concluindo: vitória importante após uma paragem longa de competição e após a saída do jogador mais determinante da equipa nos últimos anos. VP vai fazendo o seu caminho, os olhares continuam atentos claro, a margem é pequena para o homem, mas ele lá caminha, e como eu já disse, VP pode safar-se e bem se as coisas forem correndo benzinho, é um treinador à Jesualdo com as qualidades e defeitos disso mesmo. O problema de VP aparece quando a coisa corre mal e é preciso sacudir... viu-se ontem em Madrid um treinador que precisava de "sacudir" alguma coisa... e sacudiu, com a pinta que sabemos... mas como esse só há um... acarinhemos um pouquinho aquele que temos... para já. Vá lá, que nem tudo é mau.
Só não achei muita piada foi à substituição do James pelo Mangala.. ele estava a ganhar 1-0 e tremeu e colocou mais um defesa para defender um resultado. Não gosto quando se joga a medo... Mas de resto, GRANDE PORTO!! E um grande abraço ao El Comandante (capitão, general, tenente, enfim, o homem é de uma qualidade acima da média!)
ResponderEliminarBoa Tarde.
ResponderEliminarNeste jogo o foco concentrou-se na forma como o FC Porto ia suprir e superar a saída de Hulk. Pois bem, os dragões supriram e superaram essa perda com domínio,
principalmente no primeiro tempo e com uma vitória incontestável. Pode não ter sido o jogo perfeito, a exibição de sonho, mas foi um bom jogo e uma boa
vitória. Os primeiros três pontos da fase de grupos estão no bolso.
PS. Grande profissional é o capitão portista. Lucho soube da morte do pai horas antes do encontro, mas mesmo assim jogou e até marcou. Grande exemplo.
Cumprimentos
Ana Andrade
www.portistaacemporcento.blogspot.com
www.artigosonlineanaandrade.blogspot.com
Só para esclarecer que ano passado não começamos com uma vitória, mas sim com um empate frente ao Appoel!
ResponderEliminarNo ano passado, em abono do rigor, começámos com uma vitória, em casa, frente ao Shaktar, no dia 13 de setembro. O empate com o Apoel foi na terceira jornada, em casa, depois de termos perdido com o Zenit. Os resultados estão disponíveis aqui:
Eliminarhttp://www.fcporto.pt/AgendaResultados/EuropaLeague/Resultados/europaleague_resultados.asp
Aqui o Café serve bagaço mas eu juro que só bebo depois de escrever os artigos! :) Ganhámos o primeiro jogo frente ao Shaktar, embora eu perceba que o descalabro que se seguiu atire essa vitória para o olvido rapidamente. Esperemos que não aconteça o mesmo com esta de Zagreb.
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