1. Os mercados têm dominado a
atenção noticiosa nos últimos tempos. Aos mercados da dívida soberana,
juntaram-se agora os mercados de transferências de jogadores de futebol. E uso
o plural em mercados de propósito, pois tal como há um mercado que
negoceia títulos de dívida soberana alemã a juros negativos, há outro que
negoceia o mesmo género de títulos gregos a 24%.
Do mesmo modo, no futebol europeu
deixou de haver um mercado de transferências que encerra à meia-noite do dia 31
de Agosto; passaram a haver os vários mercados, além deste: o russo, que deve
fechar quando a pussy riot saírem da toca, o turco que encerra quando o Meireles
chegar ou o francês que, após ter perdido Yannick Djaló no ano passado por minutos, decidiu
alargar a coisa por mais uns dias este ano.
Confesso que, numa época em que
tanto se fala de fair-play financeiro, da definição de tectos nas
transferências e salários, não me parece fazer grande sentido que se permita
uma situação em que, após a época já ter começado em todos os principais
campeonatos, depois de os sorteios das duas principais competições da UEFA terem
definido os grupos, continue a ser possível contratações de jogadores num registo parecido a uma OPA.
Segundo esta lógica, nada impede
o Zenit de comprar o Robinho do Milan, o Jovanovic do Anderlecht ou o Eliseu do
Málaga, todos adversários na Champions. Ou o PSG de vir comprar o Fernando e o James e ainda nos ficar com o
Quiñonez.
Mas que verdade desportiva há
nestas regras que permitem que estes clubes esperem até ao sorteio da
Champions, podendo depois enfraquecer os rivais diretos a seu bel-prazer?
Como é possível preparar uma
época, planear um plantel, se não há estabilidade numa coisa tão simples como a
data de fecho do mercado?
2. Dito isto, acho que a saída do
Hulk era inevitável. É um tremendo negócio, digam o que disserem sobre o FCP
não receber a totalidade da transferência. Depois de todo o rendimento
desportivo que este jogador deu ao FCP, vendê-lo por um valor que constitui a
6ª maior transferência de sempre é notável.
No plano desportivo, não será
fácil para o FCP reencontrar-se e encontrar um substituto. Porém, penso que
todos estávamos mentalmente preparados para que Hulk saísse.
Prefiro ver os tempos que se
seguem como uma oportunidade, mais do que como uma possível crise. O FCP terá
de reinventar sem Hulk, mas isso pode abrir espaço para outras soluções, como Atsu,
Iturbe... tudo isto, apesar de VP.
Hulk foi um fabuloso jogador e
teve um comportamento exemplar em todo este processo. Gosto de profissionais
assim e só lhes posso desejar sorte pois, como portista que se tornou, sei que
esta será a primeira opção quando ficar sem arrecadação onde guardar os rublos.
caríssimas(os),
ResponderEliminarnão nego a evidência de alguma perda de "poder de fogo" no plano desportivo, com a venda dos direitos desportivos do Incrível.
porém, não nos podemos esquecer que:
1)
houve interessados (Tottenham e Chelsea) que, segundo a imprensa da especialidade, nem 40M€ "ofereceram"
2)
goste-se ou não, o Zenit foi o único a "chegar-se à frente" com valores superiores a 50M€
3)
comparar a venda do Incrível com a do Rallo belga é o mesmo que (in)tentar comparar a Torre dos Clérigos com a Torre de Belém
(leiam os comunicados enviados à CMVM sff)
4)
nos tempos que correm - de contenção de despesas - esta foi a melhor venda possível, a qual está, à data, no top5 das transferências históricas do futebol mundial, e com a qual lucrámos perto de 40M€ líquidos
5)
acredito que no próximo jogo, Vítor pereira fará alinhar onze jogadores de início, de um plantel que conta com vinte e quatro profissionais nos seus quadros.
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II
A prova de que o VP bebe café por estas bandas: http://www.record.xl.pt/Futebol/Nacional/1a_liga/Porto/interior.aspx?content_id=776796
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