sábado, 2 de março de 2013

Um Porto à tua imagem

Sobranceiro, inconsequente, vaidoso, sem ideias. Medíocre. Lento, previsível, pesado, na expectativa. Sem confiança, sem rasgo, sem inspiração. Certinho, mas sem chama.

Este é o FC Porto à tua imagem, Vítor. Os jogos em que assim não foi trataram-se de excepções a esta regra, intervalos do marasmo, apatia e cinzentismo a que nos votaste.

Vai-te embora rápido que não te aguentamos muito mais.

13 comentários:

  1. Bastou um jogo menos bem conseguido contra uma equipa que fez anti-jogo ao nível de um clube pequeno para os ratos de esgoto sairem da toca. Estavão mesmo à espera do deslize para voltar a criticar. Espero que o Vítor vos espete com mais um campeonato ao fim da época!

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  2. Caro anónimo, este não foi apenas mais um jogo menos bem conseguido, na minha opinião: foi o terceiro jogo menos conseguido para o campeonato, em que vencemos um. E sempre com os mesmos problemas, os que descrevi acima. Estava-se a adivinhar. Infelizmente, os deslizes de VP atingem-nos a todos. E são muitos, do meu ponto de vista. E o SCP fez o jogo que tinha de fazer, com inteligência, acutilância e atitude. Três coisas que nós não tivemos. E a melhor oportunidade de golo não foi do FCP..

    E sobre o VP, oxalá que tenhas razão e no final do campeonato virei aqui prestar a devida homenagem. Porém, se és freguês deste Café saberás que a opinião deste seu colaborador sobre o VP é a mesma desde a primeira hora. Portanto, saí da toca no final da época passada para dizer que VP não deveria continuar, compreendendo porém que, após ter espetado com um campeonato (pensava que o tinha espetado a outro clube, mas concedo..), seria difícil para o Presidente fazê-lo...

    Eu não gosto, e estou a ver que, infelizmente, não precisarei de de cantar uma grandolada para correr com VP...

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  3. Fala por ti. Eu, por mim, fico com este Vítor. Campeonato ganho ou perdido...

    Temos coisas a melhorar? Sim, claro. Falta-nos criatividade na frente. Há jogadores lesionados, outros em baixa de forma. Há sempre onde melhorar, inclusive o treinador também tem de melhorar.

    No entanto, não podia estar mais de desacordo com o conteúdo do artigo. Somos a melhor equipa deste campeonato, o que não quer dizer que o ganhemos, nem por si só é um grande elogio.

    Mas a organização deste Porto, os seus processos, isso são trabalho do treinador e, nesse aspecto, são poucos os clubes Europeus que estão à frente do Porto.

    http://www.diariodeumdragao.pt/2013/03/sporting-cp-0-0-fc-porto-dois-pontos.html

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  4. Meu caro, este estabelecimento é um espaço plural e de diversidade, promovido - antes de mais - pela heterogeneidade de opiniões da sua gestão. Eu concordo que o treinador do FCP imprimiu à equipa um cunho pessoal - os tais processos -, e que tal produziu algumas boas exibições e outros tantos resultados positivos (Málaga, e.g). Porém, do meu ponto de vista, o que nos sobra em controlo do jogo e posse de bola, falta-nos em acutilância ofensiva, em criatividade e pragmatismo. Apenas em dois ou três jogos conseguimos juntar as duas vertentes e, nesses, goleámos. Mas tal foi a excepção e não se tornou a regra.

    Em jogos como o de ontem, vejo passividade, falta de ideias, ausência de arrojo táctico, de liderança. E custa-me. Não saí da toca agora no que diz respeito a VP, respeito o trabalho dele à frente do FCP, deu-nos um campeonato muito saboroso, mas considerou que está muito aquém do perfil de treinador que gosto de ver no FCP.

    Mas estou confiante de que ele me provará, como fez no ano passado, que as suas capacidades são suficientes para sermos bicampeões.

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  5. Só uma referência: não escrevi o meu artigo (ou pelo menos a parte referente ao Vítor Pereira) como resposta a este. Aliás, escrevi-o antes sequer de ler este artigo.

    Sigo este blog, precisamente porque gosto de ler as vossas opiniões. No entanto, também tenho as minhas e foi só isso que expôs.

    Acho que o pior que podia acontecer agora era os jogadores perderem confiança no modelo de jogo. Muito dos problemas de criatividade passam também pelos jogadores.

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  6. Viva!
    Fui durante uma larga temporada, assíduo neste “café”.
    Nesses tempos tive oportunidade de aqui ler opiniões construídas à volta do nosso Porto que, além de globalmente muito bem escritas, alicerçadas numa reflexão cuidada, me pareciam plurais, heterogéneas, desenviezadas. Haveria quem concordasse com isto, outros discordariam daquilo, mas “o café” mantinha-se animado à volta dessa tertúlia, dessa pluralidade de opiniões.
    É claro que algo como “Vai-te embora rápido que não te aguentamos muito mais.”, não é o melhor exemplo das qualidades que acabo de elogiar.
    Sem perceber à partida muito bem porquê, verifiquei ao fim de algum tempo que havia perdido o hábito de espreitar “o café”, perdi a rotina, talvez diária, de por aqui passar.
    O tempo e a distância ajudam-nos muitas vezes a compreender melhor as coisas e, penso, assim foi também em relação a esta situação do meu afastamento. É mais do que evidente que isto não terá a mínima importância para os "cativos" e menos ainda para os adeptos da superior ou arquibancada, os artistas do bitaite que através do comentário mantêm o burburinho constante no “café”, como se pretende.
    Após o jogo de Alvalade, estranhamente, senti curiosidade de passar pelo “café”. Sem surpresa, nesse momento, percebi que ele se agitara, mais uma vez, na ressaca de um momento menos bom do Porto. Um exercício de memória, talvez pouco conseguido, fez-me igualmente suspeitar que antes de mim, se teriam afastado do “café” os próprios “sócios cativos”, destituídos, talvez, talvez, de opinião crítica face a um Vitor Pereira que foi capaz de por o Porto a jogar bem e a ganhar. Quando não jogava bem jogava “à Porto”, “cerrava os dentes” e ganhou.
    Interessante a curiosidade de também no estádio, na box onde durante vários anos assisti aos jogos do Porto, ter vivenciado a mesma postura (a)crítica, “contaminada”, de um grupo significativo de pessoas que ali me rodeavam, que pareciam vibrar tanto com um golo do Porto, como com a oportunidade de criticar este ou aquele jogador ou opção do treinador.
    Apesar disto, tenho a convicção profunda que o que fez do Porto aquilo que ele hoje é, foi, a par de outros factores igualmente muito importantes – particularmente o conhecimento do jogo, a capacidade de gestão e o amor ao Clube do nosso Presidente - , foi esta capacidade de auto-crítica permanente, esta insatisfação quase crónica daqueles que assistem na bancada e dos que vivem o Porto por dentro.
    Raramente me apercebi desse “estado de alma” nos nossos rivais, ao longo dos últimos 30 anos, incapazes de olhar para dentro e identificar os próprios erros.
    Concluindo diria o seguinte: Visto de fora, fico com a sensação que o “Café das Antas” definiu um objectivo, não escrito, talvez até não assumido, ou racional, sendo esse objectivo o de criar mal-estar em torno do treinador.
    Na perspectiva em que me coloco, num espaço como “o café”, não pode existir uma “política editorial”, e menos ainda se for uma política do “bota-abaixo”.
    POOOORTO!!!
    Saudações portistas!

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    1. Caro Oliveiros Cheta,

      antes de mais, bem vindo de volta a este espaço. Faço um mea culpa pelos dias excessivos de encerramento deste estabelecimento, mas com o IVA na restauração a 23% e outras restrições similares, temos passado menos facturas..

      A minha frase "Vai-te embora rápido que não te aguentamos muito mais." foi escrita segundos depois do fim do jogo em Alvalade, no qual o FCP não teve um lance de perigo desse nome na segunda parte, nem contra 10..contra uma equipa muito inferior e que, em 11 jogos em casa esta época, só ganhou 3 vezes.. Portanto, há que ler esse comentário (que reitero), no calor e na frustração do momento.

      A minha primeira reacção ao comment foi de lisonja por se considerar que "Visto de fora, fico com a sensação que o “Café das Antas” definiu um objectivo, não escrito, talvez até não assumido, ou racional, sendo esse objectivo o de criar mal-estar em torno do treinador." Com o devido respeito, é atribuir-nos uma importância que não temos: os gerentes deste Café não têm qualquer agenda, nem pretensão de serem lidos com um objetivo pré-determinado de influenciar o que quer que seja.

      Muito menos temos uma "política editorial" orientada para o bota-abaixo: um leitor assíduo do que por aqui se escreve saberá constatar que temos opiniões muito divergentes sobre vários aspectos da vida do FCP, o que, do meu ponto de vista pessoal, só enriquece o debate. Por exemplo, e sobre o bot'acima ou abaixo, recomendo a leitura do jb: http://cafedasantas.blogspot.be/2012/11/botacima-botabaixo.html

      Ou, então, penso que escrever isto http://cafedasantas.blogspot.be/2012/05/sobre-as-verdades-oficiais-e-o-orgulho_24.html está longe de quem tem uma política editorial do bot'abaixo.
      Sobre o treinador, as opiniões são maioritariamente críticas, mas não apenas as nossas, como se pode ver aqui: http://cafedasantas.blogspot.be/2012/05/vitor-pereira-resultado-da-sondagem.html

      Porém, já enaltecemos oportunamente as qualidades de VP, que também as tem, e que nos levaram à conquista de um dos campeonatos mais deliciosos dos últimos anos: há cerca de um ano, escrevi isto: "Nota por favor que nós estaremos contigo até final. Por estares nesse banco, és dos nossos até ao fim. Incondicionalmente." (http://cafedasantas.blogspot.be/2012/03/da-esplanada-o-proximo-treinador-do-fcp.html).

      Após o fim do campeonato: "Epílogo: VP será o treinador do FCP na próxima época. É uma perspectiva que me causa apreensão, mas que compreendo. Devemos à serenidade de PdC, à sua experiência e liderança, o facto de não ter deixado cair VP a meio da época - se o tivesse feito, provavelmente não teríamos sido campeões, pois voltaria tudo à estaca zero, gerava instabilidade e os cinco pontos de atraso que tivemos na altura mais crítica da época talvez se tivessem tornado em 8 ou 10 em poucas jornadas. PdC foi fiel a si mesmo e à receita que levou o FCP a ser o clube com mais títulos em Portugal. Vamos esperar que o Presidente tenha razão mais uma vez."

      (cont)

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  7. (cont)

    Acho que o FCP desta época está a jogar a um bom nível, prossegue sem derrotas, é uma equipa compacta, coesa, com personalidade. Como diz o Filipe,: "VP é um Jesualdo: um treinador certinho quando as coisas correm bem, mas incapaz de imaginação quando as coisas correm mal. Mas é bom não esquecer que Jesualdo foi três vezes campeão, e eu não me importo de o ser de novo, até porque também não me é doloroso se o Porto "apenas" vencer uma competição europeia de 5 em 5 anos"(http://cafedasantas.blogspot.be/2012/05/o-meu-balanco.html)


    Este Café está longe de ser um espaço que só abre as portas para criticar. Basta uma leitura na diagonal dos posts desta época ou tão simplesmente deste http://cafedasantas.blogspot.be/2013/02/demorou-mas-equipa-esta-como-quero.html para encontrar "opinião crítica face a um Vitor Pereira que foi capaz de por o Porto a jogar bem e a ganhar".

    Eu, porém, gostava muito de ter que vir aqui mandar um bitaite no fim da época a dizer quão redondamente enganado estava e a agradecer ao VP pelo tri.

    Saudações portistas e, uma vez mais, bem vindo de volta.

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  8. O Meu amigo BP respondeu e bem a tudo o que foi colocado. Saliento e confirmo apenas que não temos agenda nem objectivo que não seja partilhar o nosso portismo, até porque no meu caso eu pessoalmente acho que apenas conheço dois dos meus companheiros de café e são amigos que já não vejo há dois ou três anos.

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  9. Meu caro Oliveiros,
    Respeito, claro!, o teu comentário, ao qual os meus "sócios" aqui do café tão bem responderam.
    Como em qualquer café, às vezes o molho da francesinha sai um pouco mais picante, os rissóis mais maçudos e o gerente de serviço põe a TV no canal errado...
    Como diria o Manuel Machado se escrevesse como fala, este é o sortilégio dos blogues.
    Houve só uma questão que me confundiu: por um lado elogias o espírito crítico (o dos portistas e por arrastamento o nosso aqui no café), por outro lado criticas o espírito crítico (o dos portistas e por arrastamento o nosso aqui no café).
    Para que lado caímos então?
    Um abraço e volta sempre.

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  10. Caro BP,
    muito obrigado pelo seu comentário.
    Não me custa fazer "mea culpa" e reconhecer o meu erro de observação.
    De facto, como o BP demonstrou de forma inequívoca, o "café" continua mais plural do que apressadamente pressupus.

    Caro Pedro,
    em tese, o elogio e a crítica que referes, poderiam coexistir.

    Sobre o desastre desta noite, quero pensar que existem males que vêm por bem.

    Saudações portistas.

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