terça-feira, 21 de outubro de 2014

Semelhanças entre a ficção e a realidade

O FCP venceu esta noite o Athletic Bilbao por 2-1 na 3ª jornada da Liga dos Campeões, somando agora 7 pontos em 9 possíveis e liderando o seu grupo nesta competição. Qualquer semelhança entre esta realidade e a prestação da equipa na edição passada da Champions é pura coincidência.

 Foto: ESPN

Porém, não nos devemos deixar iludir por esta classificação e pelo resultado desta noite. Para não ser mais crítico, direi apenas que a equipa tem um longo caminho pela frente em alguns capítulos decisivos do futebol de alta competição:

- concentração competitiva ou força mental: o FCP entrou muito bem no jogo, mandão, a procurar o ataque e empurrar o adversário, com rápidas trocas de bola, agressividade e intensidade. No entanto, fê-lo muito mais com o coração e com a emoção do que com a cabeça - faltou objectividade e capacidade de criar oportunidades. Na verdade, o primeiro remate da equipa foi aos 23 minutos (Tello).  Após o intervalo, o FCP revelou outra fragilidade desta época: é uma equipa tacticamente previsível, e basta uma ligeira sofisticação da equipa adversária para que seja totalmente anulada. Foi assim dos 45' aos 64', altura em que entrou Rúben Neves;

- falta de organização: bastou que o Athletic se soltasse um pouco mais e pressionasse 10 metros mais à frente no meio-campo para que o FCP se desorganizasse. Todos sabíamos que o golo do Athetic era uma questão de minutos. Herrera é um corpo estranho no meio-campo: preenche bem o espaço, ie, está onde a bola aparece, mas decide mal, é lento e complicativo. Casemiro não tem nenhuma característica de um 6 que encaixe no sistema do FCP, em que a exposição ao risco é uma constante: tenta compensar a lentidão com (excesso de) agressividade e invariavelmente comete erros que saem caros à equipa;

- oscilações: talvez pela juventude, quiçá pela falta de confiança, mas o facto é que a equipa do FCP não tem  capacidade para controlar emocionalmente os momentos do jogo: era previsível a entrada forte do Athletic após o intervalo, razão pela qual a equipa precisava de serenidade, inteligência e argúcia para suster a ofensiva basca e fazer algo que hoje percebi que não sabe fazer: sair em contra-ataque!!! No final do jogo, já a ganhar por 2-1, assistimos a sucessivas perdas de bola e remates para a bancada, não sendo a equipa capaz de fazer uso daquilo em que, supostamente, é mais forte.


Tudo isto é, por triste que possa parecer, exatamente a apreciação que poderíamos fazer da época passada com Paulo Fonseca. Com a (grande) diferença de que a qualidade do plantel deste ano poder ir disfarçando  durante mais tempo. Mas (a mim) ainda não me convenceu de que algo mudou.

Ganhámos, mas sofremos muito e sem certezas de que viríamos a ganhar. Numa altura em que o FCP NÃO PODE perder mais pontos no campeonato, confesso-me pouco seguro de que isso aconteça..

Sobre o treinador e (ainda) a rotatividade, continuo com mais dúvidas do que certezas:

- porque é que a rotatividade não afeta Herrera que, jogo após jogo, demonstra ser parte dos problemas e não das soluções?

- Quaresma: pois... após o jogo da seleção, não teria sido de apostar em Quaresma no jogo com o SCP?

As notas:

  • Bot'acima

- Quintero: está com confiança, puxa a equipa para a frente e, para alguém com o seu talento individual, joga sempre para a equipa, procurando a melhor solução para desequilibrar. É um dos poucos jogadores com a acutilância ofensiva e objectividade de que o FCP precisa no ataque;

- Ruben Neves: aos 17 anos, tem mais inteligência a jogar futebol do que Herrera terá em 100 anos de vida. Pode não ser um 6 de origem, mas é, de longe, o jogador mais inteligente a ocupar aquelas posições no plantel do FCP;

- Quaresma: a minha relação com o Mustang é de amor-ódio. Mas é nestes momentos, em que é espicaçado, que pode revelar aquilo que faz dele um jogador único: a irreverência, a garra e o querer!! 


  • Bot'abaixo


- Maicon, Herrera, Casemiro: começo a ficar sem adjectivos que me ajudem a qualificar as imbecilidades que estes três fazem e as consequências que isso tem nos golos sofridos pela equipa.



Vamos esperar para ver como a equipa reage com o Arouca...e quantos jogadores mudará Lopetegui nesse jogo. Volto a insistir: é preciso estabilizar um onze e efetuar a rotação a partir daí. Acrescento que, sendo o FCP uma equipa que tem marcado poucos golos (excepção BATE), há jogadores que têm de estar na equipa titular quase sempre: Tello, Brahimi, Quintero. 

2 comentários:

  1. Boa noite,
    Após a sua apreciação ao Herrera, aliás, na linha de boa parte dos blueguistas, só me resta dedicar-me à pesca, porque do jogo eu não percebo nada. Nem do jogo, nem do facto da equipa só jogar em casa quando joga bem, Minto; também são muito aplaudidos os chutões para a frente, sem qualquer critério. Mas isso se calhar, é para mim, que não entendo nada do jogo.

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    1. Caro Joaquim, obrigado pela visita.

      Condeno com veemência os assobios, que só servem para intranquilizar a equipa. Sobre Herrea, acho apenas que o que tem demonstrado já justiticaria que a rotação chegasse até ele....

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