segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O tetra, antes do tri?

o afundanço no último minuto de Lebron James

O Porto conquistou a quarta Super Taça consecutiva, mais um feito único no futebol nacional. Fê-lo frente a uma equipa complicada que jogou da forma em que 90% das equipas nacionais irão jogar: defensivamente organizada, procurando o golo num ou noutro contra-ataque ou numa qualquer bola parada.
Tratando-se de uma final, tratando-se do primeiro jogo oficial do ano, tendo em conta a indefinição do plantel e as ideias de VP, o jogo foi o possível e, sobretudo, o previsível.
Não vale a pena esperar do Porto coisas muito diferentes do que aquelas que se viram. As variações a esperar, prender-se-ão apenas, com a qualidade com que essas coisas poderão vir a sair. Bater no ceguinho do VP não valerá mais a pena, a equipa será à imagem dele: obcecada com a organização e com a posse. Sendo assim duas coisas VP terá de trabalhar muito para que a coisa funcione: ter dois laterais de raíz que saibam atacar e subir a qualidade de passe dos médios. No sábado, com Defour e Fernando, a qualidade de passe foi má. O primeiro porque sendo uma cópia de Moutinho nas movimentações, está muito longe de ter a capacidade de passe do português, o segundo... bem, o segundo, que espetou duas cuecas brilhantes nos estudantes, que recupera bolas como ninguém, tem a falta de um gene que lhe permita fazer um passe a mais de dois metros. Depois, frente a equipas que jogam sempre atrás da linha da bola, tudo se complica se se joga com laterais adaptados. Mangala cumpriu mas não é lateral, e com Miguel Lopes de um lado e o francês do outro, a qualidade na condução de bola não é das melhores. Miguel Lopes deu tudo e também cumpriu, mas já se sabe que é um jogador limitado. Tudo isto são apontamentos para se melhorar, porque os dois fizeram o que sabem e sendo realista, o que sabem chegará para consumo interno de alguns jogos, é óbvio que Alec Sandro e Danilo têm o lugar à espera.


 A aposta em Atsu não deu os frutos esperados, mas o moço está ali para aprender. Não esteve bem mas também não esteve mal. Se calhar provou-se que é mais jogador para jogos com algum espaço ou uma arma para entrar quando esses espaços estiverem mais disponíveis. James, do outro lado, também esteve muito agarrado à bola e lento a definir. Eu sei que o colombiano é o queridinho dos adeptos, mas eu começo a seriamente a ficar enjoado com o piscineiro em que se está a tornar, fazendo-me lembrar outros jogadores de outras equipas. James tem futebol a mais para se perder nesses episódios. E mais, tem de aparecer mais em jogo e assumir as responsabilidades do número que este ano enverga. Lucho é Lucho. Qualidade, entrega  liderança... mas infelizmente, joga demasiado à VP para o meu gosto. Sempre o controlo, sempre a posse e raramente o rasgo. Durante um jogo inteiro apenas apareceu com o tal rasgo quando faz uma colherada para Miguel Lopes entrar na área. É pouco para quem sabe fazer isso tão bem. Lucho rende numa equipa com dinâmica, não numa equipa com outros três ou quatro a tentarem jogar como ele.
Depois há Jackson. 8,8 milhões de euros. Qualidade não falta, está mais que visto. Marca um golo à Jardel. Trabalha bem, domina bem, tabela bem e parece ter percebido já o sistema. O problema é mesmo esse: o sistema. Vai obrigá-lo a muito trabalho, a muitas dificuldades. Se a equipa ganhar velocidade e qualidade nos cruzamentos, poderá marcar muitos golos, se não, vai ser um Luís Fabiano.
Relativamente ao jogo não há dúvida que a entrada de Moutinho foi fundamental. Djalma e Varela vieram apenas refrescar o que pouco a pouco se foi esgotando devido à falta de qualidade de passe no meio campo. Tendo o número 8 demonstrado a real importância que tem na equipa, pergunto-me se não será mais importante mantê-lo a ele custe o que custar do que Hulk.
Mas bom, este foi o primeiro jogo, as conclusões que daqui se tiram valerão pouco ainda. De resto, ouvir portistas a dizer que está tudo mal e que o VP tem de ir já embora é um pouco esquisito, normalmente, com o hábito de ganhar, o portista médio já se habituou a ter um pouco mais de calma e de bom senso.
O Porto deste ano será igual ao Porto do ano anterior, isto no estilo e nas ideias.
A pergunta que fica é se a equipa vai estar melhor na execução desse estilo e dessas ideias ou não.

Eu, ainda assim, acho que vai estar melhor... outra coisa é se isso chegará ou não.


 admito que o cabedal do rapaz impressionou-me

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