quinta-feira, 4 de outubro de 2012

J'aime Rodriguez


Foram necessários esperar 83 minutos para o Porto marcar um golo que merecia desde cedo. As razões de tanto tempo de espera serão várias. A falta de eficácia, a falta de objetividade e um pouco de azar.
Sei que há portistas ainda desiludidos com a equipa/clube, ainda a sofrerem da ressaca da saída de Villas Boas e de tudo o que daí adveio. Sei que este Porto é diferente. Eu já o interiorizei, já o aceitei e, mais, já deixei de o criticar em "si", reservando-me apenas o direito natural de o criticar nas circunstâncias dos resultados e exibições. Não sei se fui claro. O que quero dizer, é que apesar de perceber, simpatizar até, com apelos azuis e brancos que estão preocupados com o que chamam perda de identidade, eu já estou noutra e viro-me para o que vejo e pressinto que posso contar deste Porto, deste treinador, deste plantel. Não me entendam mal, como eu acho não entender mal os que, repito, estão desiludido com o rumo das coisas no geral.

 
Feita esta introdução, regresso à vitória importante por 1-0 face ao PSG.
A única equipa em campo que merecia a vitória foi o Porto. Dominou, teve as melhores oportunidades e defensivamente esteve praticamente perfeita. É certo que o PSG ficou aquém do que se esperava. Zlatan andou por ali mas nem aborreceu, o mesmo acontecendo com a maior parte dos jogadores franceses. Nota-se que é uma equipa ainda sem rumo, presa num esquema sem grande mobilidade e que hoje, face a um Porto experiente não conseguiu arriscar nem criar desiquilíbrios.

 
O Porto, por seu lado, fez um jogo à VP. Tudo baseado no máximo de equilíbrio, no máximo de posse e num insistir preocupante de tabelas lentas, pelo meio e, o mais constrangedor, num recusar total dos cruzamentos para Jackson. Esta é a parte que não entendo: a quantidade de vezes que quer os alas, quer os laterais estiveram em posições de cruzamento e não cruzavam a bola para o matulão de 8,8Milhões de Euros. Curiosamente, esse recusar, que é exasperante para o adepto, também enervou o adversário, que ofereceu ao Porto o corredor central para desiquilibrar, só que Lucho é um jogador lento, Fernando não sobe no terreno e sobrava apenas Moutinho para explorar esses espaços, algo que não é igualmente a sua especialidade, mas como é Moutinho, faz o que quer que seja decentemente. Faltou se calhar, James aparecer mais nessa zona.

 
Mas bom, não há grande coisa a dizer, foi tudo uma questão de tempo. O Porto construiu tanto jogo ofensivo que a redondinha acabaria por entrar. A questão é que o tempo que se demorou é "culpa" do processo que a equipa tem neste momento. Falta obejtividade. Remata-se e cruza-se pouco, lança-se em profundidade muitíssimo pouco. No fundo, o Porto está um Barcelona de trazer por casa. Vai resultando algumas vezes mas sente-se que a equipa se esgota física e preocupantemente. Exige-se de Moutinho e de Jackson um trabalho exagerado que já aqui escrevi, não sei se durará a época inteira.
Percebo que a ausência de Hulk fez a equipa perder espontaneidade, mas fê-la ganhar um ftebol mais solto, falta apenas juntar a esse futebol um pouco mais de "olho na baliza". Com o avançado que temos ainda não percebi porque não se cruza mais a bola, sem olhar, não é necessário.
Mas o resultado está aí e é merecido, a exibição não tendo sido fenomenal foi de respeito, só o Porto teve bola e conseguiu controlar todos os aspetos do jogo. Conseguiu tudo isso porque o adversário também não suou muito. Outra coisa que notei é que Danillo está longe de ter ritmo. É certo que se resguardou, cumpriu defensivamente (apenas me assustou num lance em que fechou o lado direito quase dentro da pequena área quando Lavezzi estava à entrada da área com a bola nos pés) mas espera-se mais do brasileiro. Para este Porto, concordando-se ou não, funcionar em pleno, precisa que ambos os laterais subam, à vez sim, mas que subam até mais não.


O golo de James é belíssimo e a execução é de craque. A questão não é saber se é um substituto de Hulk, a questão é saber se o trabalho que fazem com o rapaz e o futebol que a equipa pratica pode ou não fazer com que James faça coisas como a de hoje. O remate não engana, aos 83 minutos muito menos, é preciso ter muita classe para saber encostar o pé assim na bola e não ser tentado em dar um chutão de "seja o que Deus quiser". Recordo, o Porto marca num lance em que faz um cruzamento para a área e num lance em que a finalização é feita de primeira... coisa que se nota o Porto fazer pouco: cruzar e/ou rematar.

Um passo de cada vez, o pequeno tropeção de Vila do Conde não foi bom mas por um lado mantém o grupo concentrado e sobre-aviso.
Domingo há jogo grande, vamos ver como estarão as pernas. Por agora, sem ceder a histerismos nem insistir em pressentimentos ou impressões negativas, é de se ficar contente com o objetivo cumprido, essa é grande missão e o grande lema do Porto: vencer.

4 comentários:

  1. Este é um GANDA título Filipe! Parabéns...

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    1. Confesso que mal fez "pop" na cabeça fiquei orgulhoso! Tanto que pus no facebook com bastantes likes. Mas mais, atirei-me às paginas do facebook dos jornais e programas desportivos a ver se alguém pegava. Houve likes mas não chegou às capas dos jornais ! ;)

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  2. caríssimas(os),

    num dia a todos os níveis frustrante, só mesmo o nosso FC Porto nos conseguiu dar uma alegria e encher-nos de orgulho!

    que a exibição de ontem tenha continuidade já no próximo encontro, é o que mais desejo!

    ps:
    efectivamente um título (muito) feliz ;)


    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
    Miguel | Tomo II

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