terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Incompetência, displicência e pouca vontade de ganhar




Hoje foi daquelas derrotas que mais me custa digerir. Podíamos perfeitamente ter saído de Paris com outro resultado e, sobretudo, com o 1.º lugar do grupo que nos permitiria um sorteio teoricamente menos difícil (ainda que as bolinhas quentes saiam invariavelmente sempre aos mesmos).

Mas perdemos. Eles próprios (PSG) nem pareciam acreditar quando o Helton soltou a franga marcaram o 2-1. Perdemos porque fomos incompetentes, displicentes e pouco ambiciosos. Do meu ponto de vista, o maior culpado é -surprise, surprise – Vítor Pereira. 

Qual era o plano, esta noite Vítor? Apenas jogar se e quando eles marcassem? Deixar correr e esperar que eles não acertem? E as substituições? Varela até aos 85 minutos? Que raio, pá, para estares no banco a ver o jogo mais valia estares na bancada ao lado do AVB para ver se recordas alguma coisa – nomeadamente uma época em que o FCP tinha personalidade, mandava no jogo, em que cada jogador sabia exactamente o seu papel, a sua missão e o seu objectivo em campo!

Incompetentes porque não soubemos controlar um jogo em que o adversário tinha mais fama do que proveito no futebol jogado, mais individualidades sonantes (EUR 100 milhões no ataque!), do que um jogo colectivo que nos pusesse em sentido. Consentimos o domínio, não porque isso fizesse parte de um plano ou de uma estratégia, mas porque era confortável dar-lhes a iniciativa e deixar correr. Cansa menos.

Displicentes porque lances como o de Hélton, apesar de poderem acontecer a todos os profissionais, parecem-me reveladores de falta de concentração competitiva num jogo deste nível. O mesmo tipo de abordagem de Danilo no 1º golo do Braga na passada sexta-feira. Estes lances acontecem, é verdade, de vez em quando. Acontecerem duas vezes em dois jogos decisivos seguidos parece-me sintomático de uma certa anestesia em que a equipa mergulha em certos períodos do jogo. A este nível, é fatal.

Pouco ambiciosos, pois quando os jogadores decidiam assumir o jogo e pressionar alto, trocar a bola e procurar encostar o PSG lá atrás, a equipa adversária tremia e recuava. Se a ambição de ganhar tivesse estado presente desde o primeiro ao último minuto, não teríamos perdido este jogo. 

Uma palavra para os jogadores: na ausência de um treinador que os motive a ganhar, que lhe incuta a vontade de se superarem em cada lance de cada jogo, têm de encontrar capacidade de auto-motivação, quanto mais não seja pelo prestígio individual das suas prestações.

Dois jogos, duas derrotas, em ambos os casos por incompetência, displicência e falta de ambição.

Estou fartinho deste jogo mastigado e sem chama, sobretudo quando olho para a qualidade da matéria-prima que VP tem em mãos.

Nota final: alguém pode dizer ao treinador do FCP que Lucho não consegue fazer todos os jogos da época, 90 minutos de cada vez? Eu adoro Lucho, é um dos meus 2/3 ídolos do FCP de todos os tempos e bem sei que é El Comandante que treina e orienta a equipa, mas também pode fazê-lo a partir do banco, sobretudo quando já se arrasta em campo...

Fartinho de ti, VP.

3 comentários:


  1. HA uns dias escrevi,que o planeta azul estava escandalizado mas que mais ficaria,agora sem questionar o resultado de hoje,vou perguntar para que a poupanca de sexta,porque a exibicao de 12 dos 14 foi MERDA mesmo,so sobrando OTA.e JACK.,e ja agora reafirmar pelas opinioes antigas,que a maioria do povo da casa ,perdeu a lucidez futebolistica

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  2. Ja repararam que o VP faz sempre as mesmas substituiçoes? e sempre quase nos mesmos minutos de jogo? Porra isso nao será falta de inteligencia???

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  3. Anónimo, esse é precisamente um dos principais problemas: a previsibilidade, a incapacidade de improvisar, de ter arrojo, de inovar. Se o plano inicial não resulta (partindo do princípio que existe um plano), a alternativa é esperar que alguma das individualidades resolva. Foi assim em Braga, para a Liga. Dessa vez correu bem e a própria cara de espanto de VP no flash interview revelava o quão aliviado ele estava..

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