quarta-feira, 5 de junho de 2013

O balanço - Porto 2012/2013

Tri

Finalmente com algum tempo para fazer as contas da época 2012/2013.

Há algumas semanas atrás o campeonato estava longe. Escrevi na altura que esta liga, a cair para o lado azul, seria mais perdida pelo Benfica que conquistada pelo Porto, mas a crueza dos números têm do seu lado a evidência do mérito de que conquista: campeão invicto com apenas 6 empates cedidos.

É certo que o futebol apresentado não conquistou a maior parte dos adeptos, este incluído, mas em dois anos o Porto perdeu apenas um jogo (e contando com o ano de Villas Boas ficamos pelo mesmo solitário desaire).

A aposta no "equilíbrio da equipa" foi total por parte de VP. Se nas competições a eliminar os resultados foram maus, é bom dizer que para o consumo do nosso campeonato essa aposta deu dois títulos em dois.

A vitória ao cair do pano sobre o Benfica foi o momento do ano, Jesus de joelhos no Dragão, a correria de VP a chorar e o pontapé de Kelvin são imagens para a eternidade.


Mas mais importante é que logo após a confirmação do título frente ao Paços, o próprio clube lança a imagem que o define.

O Porto é isto, querer mais, sempre.

Um a um:

Hélton - a solidez é um conceito que, à primeira vista, poderá não ser facilmente atribuído ao brasileiro, mas tem de o ser. Hélton não tem um estilo que eu goste, mas está lá sempre. Sei das falhas que vai tendo, mas depois olho para outros e vejo mais falhas ainda. Hélton é um pilar, tem-no sido nesta equipa há anos. 7 ligas conquistadas, 4 Taças de Portugal, 3 Supertaças e 1 Liga Europa... quem tem mais?

Fabiano - o futuro? Gostei desde o primeiro momento que o vi no Olhanense. Um ano a olhar o Hélton. O futuro dono da baliza? Veremos.

Danilo -  a pior coisinha na equipa. Entendam-me, pior no sentido do que de mau houve este ano. Um defesa direito tem de saber defender. Este não sabe muito. Não falo do que custou ou deixou de custar, isso a mim interessa-me pouco. Não gosto do futebol que tem nas pernas. Muito bem expulso na última jornada, o que vai fazer que pelo menos no primeiro jogo alguém vai ter de lá jogar, espero que seja melhor.

Alex Sandro - craque. Basta isto. Sólido e desequilibrador. Talento não falta. Apenas tem de cuidar um pouco o excesso de confiança que apresenta, mas a verdade é que resulta na maior parte das vezes. De guardar muitos e bons anos.

Maicon - muitas lesões afastaram-no da equipa. É aposta de marketing do Porto. Tem qualidade, mas a concorrência é muito forte.

Otamendi - o patrão este ano. Época de alto nível. Na minha opinião apenas necessita de gerir melhor a impetuosidade do seu jogo. Um dos homens do ano.

Mangala - revelação confirmada. Temo que se vá, é demasiado novo e bom para não chegar um russo com guita para o levar. Tal como Otamendi apenas precisa de gerir melhor a genica. Em forma não vejo nenhum avançado a ter a vida facilitada.

Abdoulaye - burro. Demasiado para ter aspirações sérias em ser carta no baralho. Exemplo típico de que o físico e o talento não chegam para se ser bom jogador. é novo, ainda haverá esperança.

Quiñones - Quem?

Fernando - desde os anos dourados de Costinha, passando por Paulo Assunção, Fernando é a "razão" do domínio do Porto a nível nacional. O ADN táctico da equipa vive dele. Não há muitos trincos assim no mundo. Mais do que qualquer outro jogador, se Fernando sair, um ciclo pode de facto terminar e obrigar o Porto a redefinir o seu tipo de futebol.

Castro - sim o espírito, sim a entrega, sim até alguma qualidade, mas ser preponderante no Porto não me parece. No entanto, um plantel faz-se com gajos assim também.

Defour - óptimo como segunda linha. Época interessante onde foi chamado muitas vezes para tapar buracos de habituais titulares. Não vejo o Porto a viver dele, mas vejo-o como peça interessante a manter.

Moutinho - preponderante como sempre. A vantagem de nunca "jogar mal" é uma mais valia. Não foi sempre o relógio suíço mas foi sempre bom. Vai embora, seja. Obrigado por tudo.

Lucho - impressionante. Em tudo. Foi dos jogadores que mais me surpreendeu. Um pilar e uma época que se acabou bem foi muito devido a ele. Um jogador que já está na história do Porto ao lado de outros grandes. É olhar aos títulos: sempre campeão nacional pelo Porto, em todos os anos que vestiu a camisola. El comandante!

Izmailov - olhem, sei lá. Chegou, deu umas nozadas e depois desapareceu. No fundo como acontecia no Sporting... a diferença é que foi campeão.

Varela - muitas vezes o mal amado, na minha opinião injustamente. É certo que quando não está bem não consegue gerir o seu futebol, mas é injusto pedir que seja o Varela a carregar o Porto. Luta total sempre, e verdade seja dita que nos bons momentos da época é dos que desequilibra na frente. Eu gosto do Drogba da Caparica, da ginga e da bunda.

Atsu - poucos minutos. Velocidade estonteante mas verdinho ainda. Quer ir para Inglaterra. Força.

James - excelente início de época. Depois da lesão foi mau. Não gosto de piscineiros. Talento não falta, mas parece-me que a evolução vai no pior dos sentidos. Boa viagem até ao Mónaco.

Kelvin - decidiu dois jogos fundamentais (Braga e Benfica). Depois de decidir no primeiro jogo escrevi que nunca mais ouviríamos falar dele. Não porque o ache com falta de talento, mas porque não pensei que o VP lhe fosse dar mais oportunidades. Deu-lhe uma mais... e foi tão bom, tão bom que dei comigo a festejar o golo ao minuto 92 virado para uma parede, em silêncio breve antes de dar um grito. Vale pelo golo claro e pelo penteado, mas reescrevo: não ouviremos falar mais do Kelvin... (espero me enganar de novo).

Hulk - ah pois. Jogou no início, marcou uns golos e foi morrer para a Rússia. Uma pena a nível desportivo. Mas bom, ainda foi campeão. Uma última vez na carreira? (como é possível, um jogador daqueles não estar  num campeonato de jeito?)

Liedson - seis meses de muito banco. Pena minha. Não sei como está o joelho ou a cabeça ou o que seja, mas gostava de o ver a jogar mais. Valeu, e muito, por aquele passe para o Kelvin. Obrigado.

Jackson - jogador do ano. A tolada na supertaça, ao melhor estilo da NBA, foi bom prenúncio. Golos e mais golos, e muito trabalho na frente onde jogava sozinho no meio de 4 defesas. Um controlo emocional impressionante, um cabedal de respeito e golos de rara beleza. Um senhor. Cha Cha Cha...

Vítor Pereira - dois anos, dois títulos nacionais. Obrigado. Sem ironias.





Nova palavra de ordem: TETRA.

1 comentário:

  1. É engraçado voltar a ver algumas imagens daquele momento no Dragão, tenho a certeza que por muitos jogos de futebol que veja nunca me vou esquecer daquele minuto em que Kelvin (o herói improvável) quase faz o estádio ir abaixo!
    Agora, nova época e com ela novas vitórias (a Supertaça já está!). Acredito mesmo numa grande época (apostas desportivas na betclic feitas) e venha o TETRA !!

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