sábado, 18 de outubro de 2014

A rotação começa a dar os seus frutos


Por motivos vários, este blog esteve inativo durante algum tempo: por impedimentos diversos da gerência deste estabelecimento, mas também porque foi difícil  recuperar da incompetência e da desgraça que foi a época anterior, de Paulo Fonseca a Luís Castro, passando por Licá, Carlos Eduardo e Josué.


Esta época, pessoalmente, decidi fazer um compasso de espera antes de voltar a escrever. À incredulidade inicial com a escolha de Lopetegui, seguiu-se um período de benefício da dúvida e, sobretudo, de alguma esperança com as boas notícias que a composição de um dos plantéis mais fortes e competitivos dos últimos anos permitia ter.

Porém, o black-out termina hoje. Muitos nos acusarão de surgir sempre nos momentos em que a crítica ao treinador é fácil, em que as derrotas surgem. Seja. Quando se ganha, é sempre fácil identificar os factores críticos do sucesso e exultar com esses feitos.

Mas hoje decidi que basta. E a única expressão que encontro é a que titula este post:

-       A rotação do plantel do FCP esta época, envolvido em múltiplas frentes, começou hoje a dar os seus frutos – menos de um terço da época decorrido e já temos menos um troféu em disputa.
   
    A rotação não é um fim em sim mesmo: é um instrumento de gestão de um plantel que, construído com dois jogadores por posição, deve servir para manter a equipa competitiva em várias frentes até ao final da época.

     O que verificamos agora é que, não só a rotação não está a formar uma equipa competitiva, mas está a enfraquecê-la: não há rotina de jogo, há diversos equívocos táticos e de posições e o FCP não tem melhorado - parece-me hoje pior e mais inconsistente do que há um mês atrás.

A isto somam-se 4 pontos de atraso no campeonato, uma inconsistência exibicional preocupante e uma margem de erro que está, depois da justíssima derrota de hoje, perto de zero.

Julen Lopetegui é um homem de ideias fixas, com mentalidade ganhadora, com uma ideia do que quer para o FCP. Foi-lhe dado um plantel que não encontra paralelo nos últimos quatro anos do FCP, para não recuar mais que isso. Porém, está a falhar rotundamente na implementação das  suas ideias e na afirmação de uma identidade ganhadora  no FCP.

  • Nesta fase, vou optar por deixar algumas interrogações sobre o que se pode observar do actual FCP, deixando para uma fase posterior a tentativa de encontrar respostas e soluções para elas:
  • numa equipa em que mais de metade dos titulares são jogadores novos no plantel, como é que se podem estabilizar uma rotina de jogo, automatismos e filosofia se não há uma equipa-base?
  • além da inconsequente posse de bola, qual é o modelo de jogo e de ataque do FCP?
  •     como é que a equipa se organiza defensivamente  para conceder tanto espaço e tantas oportunidades de golo ao adversário?
  •       Qual é o critério que preside à rotação? Como permite esse critério que, num jogo como o de hoje contra o SCP, Marcano e Angel joguem juntos pela primeira vez no lado esquerdo da defesa?
  •     Shaktar, Braga, Sporting: jogos em que todos os golos sofridos resultaram de erros individuais inadmissíveis a um nível profissional;
  • se os jogadores não são capazes de estar no topo da sua concentração competitiva nestes jogos, em quais serão?

Hoje perdemos com inteira justiça contra uma equipa profissional, organizada, que sabia muito bem quão fácil é anular o jogo do FCP, e que nos foi superior.

Veremos que resposta Lopetegui conseguirá dar contra o Ath. Bilbao. É decisiva.

Por fim, fica o nosso contributo para um 11 base que possa jogar, vá, três jogos seguidos:


Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi e Alex Sandro; Ruben Neves, Evandro e Brahimi e Oliver; Tello e Jacskon.

4 comentários:

  1. Terceira vez que tento comentar, vejamos se desta vez aparece... Em resumo: saúdo o regresso; gostaria de também escrever, mas para comentar o bom futebol do FCP, desaparecido vai para quatro anos; finalmente, queria lembrar que o problema central não é a rotação, mas sim uma total desorganização em campo (olá Paulo Fonseca) e um modelo de jogo apoiado num absurdo 4-5-1 onde nenhum sector funciona bem. Depois do jogo de Alvalade, eu perdi as ilusões que tinha. Só queria alguém que saiba montar uma equipa em campo, será pedir muito?

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  2. Jogamos mal e porcamente, demos 2 prendas de natal antecipadas, falhamos (mais) um penalty e perdemos o jogo...

    Mesmo jogando mal e porcamente, mesmo oferecendo 2 gols e falhando um penalty, tivemos chances mais que suficientes para empatar e até virar o resultado...

    E tivemos no 1º tempo um penalty não assinalado sobre Herrera aos 24', um fora-de-jogo mal tirado ao Adrian aos 27', quando ficou isolado na cara do franguicio... e uma mão de maurício dentro da pequena área no 2º tempo após cobrança de livre de Quintero...

    Se estes 3 lances tivessem sido em prejuizo do visitante, e estes tivessem perdido o jogo, acham que hoje nas 1ªs páginas da pasquinada lisboense estava escrito gigantes ou super dragão???

    Claro que não, pelo menos um dos 3 lances citados acima estaria estampado nas capas colocando culpas na arbitragem, que devia ter marcado penalty e não marcou...ou a foto do bandeirinha que assinalou mal o offside...ou do outro bandeirinha que devia ter visto a mão dentro da pequena área!!!

    E a esta hora, já haveriam mais de 200 comunicados condenando a arbitragem, a dizer que foram super mal recebidos, que foram agredidos, insultados, enfim...

    Mas como o visitante venceu, não se passa nada, ninguém dá destaque a lances polemicos...

    Bem bom que na bluegosfera não me lembro de ninguém a deitar culpas na arbitragem, mas sim a reconhecer culpas próprias...

    Para memória futura, quando o FCP vencer um jogo grande onde aconteçam lances parecidos com estes 3 lances citados acima, quero ver se vão escrever gigantes, ou super...

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    1. Como blogger portista, devo dizer que concordo com esta observação. O facto do FC Porto ter jogado mal não invalida o facto de ter sido prejudicado. Fiz uma análise ao jogo, dentro da minha forma de ver as coisas, e a arbitragem não ficou esquecida: http://portistasanonimos.blogspot.pt/2014/10/os-erros-que-valeram-uma-derrota.html

      Também o Tribunal d'O jogo mereceu alguns reparos: http://portistasanonimos.blogspot.pt/2014/10/tribunal-do-jogo-volta-carga.html

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