domingo, 11 de março de 2012

A arte do desperdício

Ontem foi um primeiro sinal do cansaço de Lucho, não há milagres

O jogo com a Académica de ontem, é o típico jogo que me tira anos de vida. Muito mais que embates renhidos e emocionantes, em que até o Porto possa perder, o jogo de ontem é de tal forma exasperante que se eu fosse dado a síncopes, provavelmente ter-me-iam dado umas 5 ou 6.
Destaco três problemas na exibição do Porto de ontem.
1- A falta de atitude na primeira parte. Não é a primeira vez que o Porto facilita nestes inícios em casa. Ontem repetiu a receita, deu-se mal.
2- A falta de frescura do meio-campo. Foi algo que eu já previa e que vai manter-se até ao fim. O trio Fernando, Moutinho e Lucho, tem jogado sempre, e é natural que após um ciclo com os jogos do City e o jogo desgastante da Luz pelo meio, se sintam agora os sinais de um cansaço de jogo. Poderá nem ser tanto falta de pernas, mas nota-se uma prisão de movimentos,mas também um "esgotamento de futebol". Isto é devido à falta de opções no banco e ao problema número três que vem a seguir.
3- a total ausência de um plano B. Não é de agora, VP é incapaz de ter uma solução diferente quando o plano A não funciona. A inversão do pivot defensivo ou a substituição de um lateral por um extremo, são recursos pobres face à complexidade de um jogo de futebol que pode estar a correr mal. O Porto este ano, foi sempre incapaz de inverter um jogo onde tacticamente estivesse em dificuldades, isto porque mantém sempre o mesmo "estilo de jogo", de construção apoiada desde trás. Não há um lançamento mais directo, uma pressão alta eficaz ou até um simples chuveirinho. VP nesse campo é um Jesualdo típico: "fiel" aos seus princípios.
Pois, custou-nos dois pontos. A guerra vai ser terrível. O Braga tem feito uma perseguição silenciosa que o coloca a um ponto da liderança e o Benfica já se sabe que ressuscita a cada tropeção do Porto. Os dois pontos que o Porto atirou ontem pela janela, tem de os "recuperar", e isso é fazer o pleno nas idas à Madeira e a Braga, isto para manter as matemáticas da minha cabeça vivas!

2 comentários:

  1. Não é que seja o bruxo de fafe, mas eu aos 25 minutos de jogo já advinhava que o velho filme dos 45 minutos de avanço ia se repetir.

    Parecia que haviam 10 silvestres varelas (Helton não conta) em campo, tamanha a displicencia e inoperancia.

    E graças ao defesa da briosa que meteu a mão na bola aos 90, lá conseguimos empatar e ainda assim, lembrei-me do jogo com o apoel, onde logo a seguir, levamos um impensável 2 x 1.

    Não consigo perceber o porque de tanta falta de garra, de querer, de tudo na 1ª parte, e já vão pelo menos 6 jogos destes, ou seja: demos de avanço neste campeonato 270 minutos aos adversários que eu me lembre.

    Quem viu o Braga 2 horas antes viu uma equipa a procurar o golo desde o apito inicial, partindo pra cima do Leiria, vibrando, lutando, disputando cada milímetro do relvado e o resultado pecou por excasso(e até é injusto dizer que o golo mal anulado ao Leiria foi "colinho").

    O árbitro não viu 2 penaltys a nosso favor, mas independente disto, nós nunca merecemos vencer o jogo e quem quer ser campeão tem que ter estofo de campeão, coisa que só vimos no galinheiro.

    Agora é esperar que os VERMElhoS marquem Paço em Paços hoje, o que não é muito difícil, visto que a equipa da casa melhorou a olhos vistos de uns tampos p'ra cá.

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  2. O Lucho, mesmo no seu auge, nunca foi jogador de 90 minutos. Muito menos o poderá ser nesta fase da carreira e numa equipa que parece que esteve meia época à espera dele. E não temos mesmo soluções - sem Guarín, sem Belluschi, resta-nos Defour para substituir os três jogadores do meio-campo. Ou seja, esgota-se em si mesmo..

    VP não tem o rasgo tático para reinventar a equipa nestas situações - por exemplo, colocando James como um 10 verdadeiro, fazendo entrar Iturbe na equipa para fazer o que James faz agora, ensaiar um 4-4-2 que os outros não estejam à espera... o djalma a lateral, etc, resultou na Luz, mas TODA a gente viu o jogo, pelo que repetir a receita era, no mínimo, infrutífero (para não dizer patético).

    Mas o que mais me confrange é a atitude - porque não entram a matar, agressivos, a mandar? Quando sofreram o golo, até parecia que estavam à espera, numa espécie de profecia que se auto-realiza.. se fosse pessimista, diria mesmo que se estão nas tintas, à espera que o golo apareça, por obra divina.. Não os revolta estar em campo e, face ao dispositivo tático da equipa adversária e perante a incapacidade do treinador em inverter o sentido do jogo, não conseguirem passar do meio-campo? Que falta de confiança em arriscar um passe, uma ruptura, um remate para uma equipa que está em 1º??

    Volto a Iturbe - pode ser embirração, mas a irreverência e fome de bola que mostrou nos escassos minutos é mesmo o que precisamos para dar um abanão em jogos como o de ontem! Pior do que que aos 86 minutos fazer um remate, em posição frontal, que sai pela linha lateral, penso que não fará. Não é, Djalma?

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