sábado, 17 de março de 2012

No fio da navalha

Ganhámos na Choupana por 0-2 e continuamos isolados na frente do campeonato. Esse é o ponto fulcral do nosso momento futebolístico e apraz-me começar este post desta forma, que não era nada evidente antes do jogo.

No entanto, a qualidade de jogo é muito baixa. Equipa para ser campeã? Mesmo faltando apenas 7 jogos, tenho muitas dúvidas. Se fosse possível pôr este FC Porto a competir em todos os últimos 20 campeonatos, por exemplo, esta equipa atual não seria campeã em quase nenhum ano, perdendo sempre para outras equipas do FC Porto com as possíveis exceções da meia época de Octávio, da terceira de Jesualdo e da época de Adriaanse; também conseguiria ser campeão no fatídico “ano Trapattoni” e no ridículo “ano Boavista”, desperdiçado por Fernando Santos. Em todos os outros anos, jogámos melhor do que jogamos agora – e o que é mais exasperante, temos jogadores para ir muito longe (como fomos há apenas um ano). Digo-o mesmo sabendo que estamos com um plantel desequilibradíssimo: em vez de dois jogadores por posição, temos um central a defesa direito, quatro médios para três posições (ontem faltou um e foi um problema), e Cristian Rodriguez a titular - e uma equipa que tem Cristian Rodriguez a titular não é candidata a nada, a não ser talvez ao prémio irritação, se ele existisse.

Ontem, devemos a vitória ao killer instinct de Janko (é por isto que ele é bom) e sobretudo à grande exibição de Helton, um jogador que está em forma e gosta muito do FCP. Depender de Helton não é admissível numa equipa vencedora: é claro que o guarda-redes faz tanto parte da equipa como os outros, mas é um último recurso; se dependes do teu guarda-redes para ganhar jogos, existirá fatalmente um ou dois ou três em que ele não vai poder fazer nada, e já foste. O jogo de ontem indicia que estamos presos por arames, no fio da navalha.

Vai ser suficiente para ganhar mais sete jogos e chegar ao fim em primeiro? Honestamente e sinceramente, penso que não. Mas há uma ressalva importante: não, penso que o FC Porto não vencerá os sete jogos que faltam (o futebol é mais linear do que parece, and we simply do not have what it takes), mas olhando em redor por um momento, também penso que os dois adversários não o farão. O Braga tem jogado futebol mais interessante que o nosso (o que não é difícil, repito), mas nem este nem o clube do regime assustam. A minha esperança é ganhar o campeonato, e para isso precisamos que os outros percam tantos pontos como os que nós vamos perder. Não é garantido, mas é possível – temos agora que nos agarrar às cordas.

6 comentários:

  1. caríssimas(os)

    concordo com o teor do post.
    penso que tudo está escrito quando o Helton foi um autêntico guardião que permitiu a conquista de (mais) três preciosos pontos, rumo ao objectiv final: a revalidação do título.

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)

    Miguel | Tomo II

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  2. off-topic

    quero recomendar a "francesinha" lá do meu estaminé.
    se considerardes que a mesma é digna de figurar na vossa "lista de cafés", ficar-vos-ei grato ;)

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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    1. Está feito, mesmo com aquela foto controversa publicada hoje... :^)

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    2. obrigado ;)

      ps:
      compreendo que a foto seja controversa...
      nem todos gostamos de sapatos de salto alto com brilhantes :D

      abr@ço
      Miguel | Tomo II

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  3. Desculpa, mas gostei bastante da época do Co Adriaanse e, sinceramente se jogássemos agora contra essa equipa iria ser um festival.. Da maneira como o Porto agora não tem soluções ofensivas e como tem defendido, a equipa e a táctica(que me impressionou) do Co Adriaanse acho que cilindrava esta equipa actual do Porto..

    Um abraço do miúdo do poker

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    1. Mas a equipa do Adriaanse jogava um futebol péssimo e ganhava muitíssimos jogos por 1-0. Não por acaso, logo no primeiro ano Jesualdo (que ninguém pode acusar de ser um treinador ofensivo...) pôs a equipa a ganhar mais vezes e marcar mais golos (basta ir ver os registos).
      Nem gosto de me lembrar disso, mas Adriaanse com aquele plantel magnífico ganhou o campeonato à rasquinha quando não tinha adversários. O Sporting de Paulo Bento, naquele jogo em Alvalade do golo de Jorginho, esteve pertíssimo de ganhar o jogo e o título. Repito, o Spórtem do Paulo Bento... e nem me quero lembrar do que aconteceu na Liga dos Campeões desse ano.
      Abraço

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