Agora é a sério. Depois de termos explicado o racional deste exercício, de termos avançado a hipótese possível, mas não desejável, e após termos feito uma primeira investida nas possibilidades reais de mudar as coisas, é chegada a altura de subir o
tom. Como diz o Filipe, porra, este Café quer ter
influência no futuro do nosso
clube. De que serve um cimbalino se não for para despertar quem decide?
E também não é para chatear o Zero e a sua escolha emocional do Sérgio Conceição. Para isso, já lhe vou lá dizer que o Sérgio é grande, mas está mais próximo de ser o nosso Sá Pinto do que nos levar de volta ao lugar de vitórias serenas que é o nosso.
O nome não é novo –especulou-se muito, aliás, na imprensa do regime (i.e., para
desestabilizar) que poderia substituir AVB, in
ilo tempore. Terá Leonardo Jardim ido rodar para Braga?
Vamos às considerações:
- Attack attack
- É um treinador português, com
traquejo suficiente de 1ª liga (e não um Couceiro que andou a saltitar de
aflito em aflito até comprar uma gravata de jeito), com uma abordagem moderna
ao futebol (que se pode inferir da versatilidade táctica da equipa do Braga, do
modo como são os jogadores que se adaptam ao modelo ou como, quando é
necessário, o modelo se adapta aos jogadores) e ambicioso;
- Tem um discurso sintético,
claro e sóbrio. A sua postura está a demonstrar uma forma de lidar com a
pressão, para fora, e de transmitir serenidade, para dentro, que revelam
capacidades de liderança;
- Um treinador que põe Ukra e
Hélder Barbosa a jogar e a render fez mais pela afirmação das camadas jovens do
FCP num ano do que todos os treinadores que passaram pelo campeão nacional nos
últimos tempos. A próxima época, já o disse aqui, deverá forçar o FCP a
deixar-se de luxos que não se compadecem com a nossa cultura de clube e a
recentrar-se num modelo de gestão desportiva que assente em jogadores que
tenham a cabeça no FCP e que se queiram afirmar, seja complementado com os
jogadores com experiência e mística de clube (Lucho, Helton) e com jovens
valores que tenham, pelo menos, o mesmo espaço e tempo para provarem o seu
valor (Castro, Ukra, H. Barbosa, Vion, etc) do que vedetas contratadas a
empresários com comissões chorudas (C. Rodriguez, M. Gonzalez, etc). Se há
alguém que me parece ser capaz disso é Leonardo Jardim;
- Isto para não dizer que, se
vier treinar a equipa com mais títulos a nível nacional e internacional em
Portugal, traz o Lima (pá, gosto do gajo, o que querem? Não é um Falcao sem
til, mas é muito mais que um Kléber com acento!)
- O Braga, com exceção de
Domingos até um dia ir treinar o FCP, tem sido ante-câmara de treinadores
campeões nacionais (com as nuances de um ser il professore Jesualdo e o outro a figura que manda nos túneis);
- A notável época que o Braga
está a fazer, da qual recordo, e.g. a vitória em istanbul contra o Besiktas do
Carvalhal (sim, bem sei que este é algo entre um Couceiro sem gravata e um
Manuel José marroquino), em que tem, neste momento, exactamente o mesmo registo
do que o 2º classificado – em 23 jogos, 17 vitórias, 4 empates e duas derrotas,
51 golos marcados (!!!, 18 à conta do Lima, menos 3 que o FCP) e 19 sofridos (+
3 que o FCP). É notável;
- Vocês sabem que eu estou a falar
- Tenho pouco a dizer. Parece-me a aposta mais acertada, dentro do
naipe de escolhas que acho que devemos considerar. A inexperiência num clube
com outro nível de pressão, em que não pode dizer a época toda que não é
candidato ao título, pode pesar, mas acho que é madeirense para lidar com isso.
Adenda: o Braga foi eliminado esta semana da Taça (?) da Liga, o que só
prova que este homem é mesmo dos nossos – prefere concentrar energia em ficar
no 2º lugar atrás do FCP do que em disputar uma liguilha que conta tanto
como a taça Ibérica.
Leonardo, faz a tua parte para a semana. Nós saberemos recompensar-te.
Beberei uma poncha a isso!
Para mim será o Jardim ou o Pedro Martins.
ResponderEliminarAmbos deram uma demonstração de competência tremenda esta época.
Mas relembro que ambos ainda vão estar directamente no caminho do Titulo(sendo que o Braga é directamente candidato), e para mim, essas provas de fogo destes 2 treinadores, decidiria o próximo a ir para o nosso banco.
No entanto, também me cabe partilhar duas preocupações...
1) ah e tal e se o VP não vai embora porque foi campeão? Bem... meus amigos... aí temos o caldo entornado... temos Iturbe, Ukra, Castro, Atsu, Kelvin e Vion a irem de barco serem grandes jogadores para outro clube qualquer (e isso preocupa-me imenso)... temos mais 1 ano sem vermos futebol no Dragão, mas sim uns tipos a arrastarem-se em campo com umas camisolas iguais às nossas...
2) ah e tal e se vier o Domingos?... Depois do que ele fez (ou não fez), no Sporting, temos sérias dúvidas que já esteja preparado para treinar o FCP.
É um treinador que fez algumas coisas notáveis ao serviço do Braga e da Académica, mas temos alguns receios que as coisas possam não funcionar.
O certo é que estamos perto de saber isso tudo... vamos ver o que o PC decide.
Caro João, roubou-me a deixa: Pedro Martins será um dos próximos que abordarei!... :)
ResponderEliminarConcordo com as suas apreciações e acho mesmo que ns vão dificultar imenso a vida nessas duas deslocações. Só um FCP como o que ganhou na Luz poderá obter bons resultados, o que equivale a dizer que um FCP ao nível de praticamente todas as jornadas não será suficiente.
Sobre os dois pontos que suscita, começo pelo segundo: como direi mais à frente neste café, não estou convencido de que o Domingos esteja preparado para assumir o comando do FCP, com liderança e assertividade. Por outro lado, os nomes que mencionou são exemplos do que gostaria de ver no FCP: complementaridade entre as boas contratações, feitas com critério e para acrescentar valor, e jovens jogadores com potencial, desejosos de conquistarem o seu espaço. VP, por tudo o que aqui já foi dito, não é o treinador para promover essa complementaridade.
Não é que não esteja de acordo com tudo o que escreves, mas falta alguma coisa... Acho o LJ um bom treinador, os resultados aí estão para o provar!
ResponderEliminarMas quem é este homem sempre sério e quase sem emoções?
Não ficaria descontente (melhor que VP tenho eu a certeza que é!), mas não seria a minha escolha.
Aguardo próximos episódios desta interessantíssima saga para te justificar , no post correcto, o meu treinador.
D. Pedro, com toda a azáfama dos últimos dias (chegada da Primavera, preocupar-me que o Zero não contrate o Sérgio Conceição, entre outros), nem te cheguei a responder.
EliminarConfesso que também me intriga o ar seráfico do LJ, parece que sabe sempre o que dizer e o chão que pisa...intriga-me, mas com simpatia da minha parte, pois gosto de gente assim, com ar sério e trabalhador, e não vaidosos com barbichas ridículas.
Mas acho que, das opções possíveis, é o que mais se aproxima do perfil que penso poder levar-nos de volta ao sucesso..
Enquanto aguardo pelos próximos episódios da saga (ainda te faltam 2 bastante evidentes) pergunto-me e pergunto-te se a identificação com o clube será ou não critério.
EliminarOu seja: quanto vale o factor "portista" na equação desta decisão? Suponho que o VP o seja, o que numa leitura imediata arrumava comigo...
Mas a reflexão leva-me a pensar se não estaremos (quase) todos a definir o AVB como padrão e modelo dos futuros treinadores do FCP: o seu portismo inquestionável e a postura treinador/adepto que tenho a certeza nos fez a todos esboçar vários sorrisos ao celebrarmos com ele as muitas vitórias da época passada.
Resumindo: é AVB o modelo futuro do treinador do FCP?
É que aquilo correu tão bem...
Para mim é claramente um critério, mas não necessariamente "o" critério. Temos exemplos de treinadores vitoriosos no nosso passado recente que assimilaram a identificação com o clube durante os respectivos consulados (Fernando Santos e Jesualdo) e de outros identificados com o clube, mas manifestamente incompetentes para o cargo (VP e Octávio, antes de ter aderido à jihad). O AVB é um caso raro de simbiose entre a competência e a cultura do clube a correr-lhe nas veias. Se o tomamos como modelo do que queremos para o FCP, corremos o risco de ter muito poucas opções e de passar a vida a sonhar com ele. Pessoalmente, prefiro alguém que perceba que o FCP é uma cultura, mais do que um clube, é um modelo, antes de ser uma equipa de futebol, que se trata de uma postura dentro e fora do balneário, tanto no campo como na conferência de imprensa, mais do que uma soma de egos. Isso implica competência, inteligência emocional e a empatia constante com os adeptos de que bem falas. Mas como acho que queres chegar ao Mingos como um dos óbvios que me falta, será o próximo. Até por ser, dos possíveis, aquele que mais se aproxima do que ambos estamos para aqui a dizer. O outro "evidente" não me levará mais do que um parágrafo....
EliminarAnónima, se me permitem.
ResponderEliminarMingos, domingos terá nas veis sangue...azul.
Pertenço aos que querem um dos nossos no banco dos sonhos.
No lagarto não foi incompetência, foi vírus! estava já infectado..
Vamos Porto, umavitória aqui para a gente que já só pensa em sair á rua e dar dois berros bem dados para sair esta pressao da crise, carago.
Abraço portista.
«não é um Falcao sem til, mas é muito mais que um Kléber com acento!»
ResponderEliminaré por frases tão singelas, mas soberbamente reveladoras, como esta que, desde que descobri este café, passei a ser seu cliente regular e com um enorme gosto - que já não dispenso o seu "aroma".
abr@ço
Miguel | Tomo II